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Pesquisa
Dezenas de pessoas, entre mulheres, homens, crianças e idosos, estão em círculo em torno de uma toalha estendida no chão com alimentos, sementes e outros produtos da terra
© Fábio Silva da Cunha/Vozes da Terra

Terra e autonomia são horizontes de bem-viver de povos e comunidades tradicionais reunidos na Teia do Maranhão

A Teia dos Povos e Comunidades Tradicionais do Maranhão acontece anualmente, e reúne centenas de representantes de povos e comunidades tradicionais em torno da luta por terra, território e autonomia alimentar. O Conselho Indigenista Missionário do Maranhão apoia os povos na construção autônoma da Teia

Visão geral do projeto

Tema do projetoHabitats / Pessoas

Objetivo do projeto Assegurar a permanência dos povos e comunidades tradicionais em seus territórios

Atividades Manejo dos territórios; Desenvolvimento de estratégias de proteção; Vigilância


Dezenas de pessoas, entre mulheres, homens, crianças e idosos, posam para foto, algumas em pé e outras agachadas. Algumas tem o braço direito levantado e o punho em riste
Participantes da Teia dos Povos do Maranhão de 2025 (© Andressa Algave/Cimi Regional Maranhão)

Cerca de mil pessoas, representantes de povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais vindas de diversas partes do Maranhão se acomodam em compridos bancos de madeira, cadeiras, redes, esteiras e no chão de terra batida para uma grande assembleia. Entre os presentes, muitas mulheres, crianças e pessoas idosas. 

No centro da roda, um debate comum e urgente: como proteger os territórios ancestrais do avanço do monocultivo da soja e da mineração para exportação, da devastação das florestas, da contaminação das águas pelos agrotóxicos? Como frear a violência de jagunços contratados por empresas transnacionais para ameaçar e atacar indígenas e quilombolas e tomar suas terras? Como pressionar o governo federal a cumprir sua obrigação de demarcar e titular territórios coletivos de povos que estão há milhares de anos protegendo as matas, as águas, e garantindo a vida comum?

Esta assembleia, e outras atividades que a precedem ao longo de cinco dias, é realizada durante os encontros anuais da Teia dos Povos e Comunidades Tradicionais do Maranhão, que surgiu em 2011 e se articula a partir da união dos povos e comunidades tradicionais do estado. Sua pauta comum é o bem-viver, e seus fundamentos são a soberania alimentar, a educação, a espiritualidade, a proteção dos territórios, a saúde, o combate às violências raciais e de gênero e a defesa da vida em todas as suas formas.

Homens e mulheres carregam um tronco de madeira. Duas crianças estão sentadas em cima do tronco
Homens, mulheres e crianças participam de atividade coletiva em território tradicional (© Andressa Algave/Cimi Regional Maranhão)

Como prática comum, os encontros anuais da Teia do Maranhão são realizados sempre em algum território tradicional que passa por conflitos causados pelo agronegócio, mineração e pecuária. A estratégia é usada para fortalecer o território e seus moradores. 

O Maranhão, que concentra os biomas Amazônia e Cerrado, é um dos quatro estados do nordeste do Brasil, juntamente com Bahia, Piauí e Tocantins, que nas últimas duas décadas têm registrado grandes índices de desmatamento e de violência no campo causados pelo agronegócio exportador de soja, milho e pela mineração.

O encontro anual é preparado ao longo de meses, e entre suas atividades prévias está a construção de uma infraestrutura capaz de acolher as mais de mil pessoas que passarão cinco dias reunidas. São construídas cozinhas coletivas com infraestrutura hidráulica, banheiros, áreas para instalação de redes para dormir e descansar e barracão para as assembleias. A maior parte dessa infraestrutura permanece como legado à comunidade ao fim do encontro.

Cinco mulheres indígenas em pé
Mulheres indígenas durante atividade na Teia Maranhão (© Andressa Algave/Cimi Regional Maranhão)

Apoio do Cimi Maranhão

Entre as dezenas de movimentos, entidades e grupos de povos originários, quilombolas e comunidades tradicionais que viabilizam a realização anual da Teia está o Conselho Indigenista Missionário do Maranhão (Cimi-MA), parceiro da Salve a Floresta.

Fundado em 1972, o Cimi é um braço da igreja católica que atua na defesa dos direitos e da autonomia dos povos indígenas, tendo como premissas a autonomia dos povos, suas diversidades e a valorização de seus saberes ancestrais.

No Maranhão, além de ajudar no tecimento da Teia dos Povos, o Cimi vem apoiando a luta dos povos Apanjekrá/Canela, Memortumré/Canela, Akroá Gamella, Krenyê, Krikati, Pyhcop Catiji/Gavião, Awá, Tremembé (Engenho e Raposa), entre outros, por meio da convivência nos territórios, de processos formativos, mobilização, articulação e incidência política e jurídica  para que os povos permaneçam em seus territórios e conquistem políticas públicas como prevê a constituição.

Se quiser dar suporte aos povos e comunidades tradicionais com os quais o Cimi Maranhão trabalha em conjunto, acesse "doações" na área Proteger a Floresta.

Detalhes das mãos de duas pessoas picando tomates sobre uma bacia de metal
Alimentação é preparada de forma coletiva nas atividades (© Andressa Algave/Cimi Regional Maranhão)


 

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