Um lugar para orangotangos, tigres e elefantes
Em Sumatra, a nossa parceira Forum Konservasi Leuser está salvando uma das florestas de maior biodiversidade da Terra. No ecossistema de Leuser coabitam elefantes, tigres, orangotangos e rinocerontes. No entanto, monoculturas e rodovias estão atraindo caçadores e madeireiros ilegais. As nossas duas equipes de guarda-parques protegem, em especial, das áreas de pântanos de turfa até as montanhas.
Visão geral do projeto
Tema do projetoAnimais
Objetivo do projeto Deter o desmatamento no ecossistema de Leuser; deter a caça ilegal; proteger animais silvestres
Atividades Equipar dois grupos de guarda-parques de 5 pessoas dos Pântanos de Tripa ao Planalto de Gayo
Os cinco guarda-parques fazem a ronda na floresta com todo o jeito de rastreadores. Eles aprenderam a perceber cada mudança, tais como pegadas, ramos dobrados ou cinzas de cigarro. Mas também armadilhas para elefantes, laços de arame para tigres e juparás, vestígios de rastros deixados nos troncos. Eles trabalham em uma das mais belas e extraordinárias áreas de floresta tropical, a saber: o ecossistema de Leuser.
Trata-se do último lugar do nosso planeta onde tigres, elefantes, rinocerontes e orangotangos - todos eles grandes mamíferos ameaçados - vivem juntos.
Uma ronda dos guarda-parques da nossa parceira Forum Konservasi Leuser (FKL) dura duas semanas; só depois disso, eles voltam à base ou à sua aldeia para poder fazer um repouso. O trabalho deles é cansativo e exige grande sacrifício pessoal. Os homens passam quase o ano inteiro na natureza, equipados com mochilas, barracas e navegadores GPS. “No ano passado, fizemos 29 patrulhamentos. No total, ficamos 317 dias em ação”, eles relataram a nós.
A tarefa dos guardas é tornar acampamentos de caçadores ilegais e monoculturas de óleo de palma imprestáveis, bem como documentar derrubadas e avistamento de animais selvagens. “No ano passado, desmontamos 27 arapucas para tigres, cervos e porcos-espinhos. Em outros 30 casos conseguimos impedir a caça ilegal. Além disso, conseguimos encontrar dez acampamentos de caçadores ilegais e denunciamos cinco trilhas abertas irregularmente.”
Os guarda-parques observam também que a floresta no Sumatra é plena de vida. Eles já avistaram mais de mil animais selvagens. Em especial, eles se alegram com os numerosos exemplares de espécies fortemente ameaçadas: 278 tigres, 85 orangotangos e 24 elefantes. Além deles, ainda há as cabras selvagens, javalis e veados. “Avistamos quase o dobro de animais, comparando-se com os anos anteriores”, diz Muhammad Isa, diretor da FKL. “Isto significa que o ecossistema de Leuser continua sendo um bom habitat para animais ameaçados. Conseguimos avistar tigres-de-sumatra até mesmo em montanhas de altitude superior a 2500 m acima do nível do mar.”
Área de Proteção Ambiental: Ecossistema de Leuser
O ecossistema de Leuser, ao norte da Ilha de Sumatra, é uma das maiores e mais significativas áreas de proteção ambiental da Indonésia. A “Área de Proteção Ambiental Ecossistema Leuser“ (KEL, Kawasan Ekosistem Leuser) é situada em grande parte na província autônoma de Aceh, tendo a sua denominação tirada da Montanha Gunung Leuser, cuja altitude é de 3.404 metros.
Suas paisagens - sejam as litorâneas às margens do Oceano Índico, florestas pluviais, de montanhas, pântanos de turfa ou simplesmente pântanos - albergam diferentes tipos de florestas tropicais. Suas florestas pluviais pertencem as mais primitivas da Indonésia. 8.500 variedades de plantas já foram nelas documentadas, dentre as quais árvores como Meranti, Damar e Keruing. Também a maior flor do mundo, a raflésia, cresce aqui.
O ecossistema de Leuser é famoso por causa de sua fauna, sendo enaltecido por ser o único lugar do planto no qual coexistem, no mesmo habitat, as quatro grandes espécies de mamíferos ameaçadas, a saber: o orangotango (Pongo abelii), o raríssimo tigre (Panthera tigris sumatrae), o rinoceronte e o elefante. Pelo menos sete espécies de felinos encontram abrigo no ecossistema de Leuser: além do tigre, vive lá o leopardo nebuloso (Neofelis nebulosa), o catopuma (Felis temminckii) e o gato marmorado (Felis marmorata). Há também cães selvagens (Cuon alpinus), juparás (Helarctos malayanus) e as cabras selvagens de Sumatra (Capricornis sumatraensis).
Por causa de madeira, óleo de palma, rodovias e mineração já foram destruídas partes importantes do ecossistema de Leuser. Especialmente trágica é a destruição das florestas de pântanos de turfa e dos manguezais. Segundo o KEL, causaram enormes danos à natureza a guerra civil que perdurou até 2005, o tsunami em dezembro de 2004 e a reconstrução que se seguiu.
Nosso parceiro - o Forum Konservasi Leuser
“Chegamos a um ponto crítico, se não forem tomadas medidas imediatas”, diz M. Isa. “O ecossistema de Leuser representa a mais rica biodiversidade do sudeste asiático. Somente aqui existe uma chance de que a megafauna sobreviva. É a última chance para a biodiversidade do sudeste asiático.”
Programas internacionais de proteção ao ecossistema de Leuser consomem bastante dinheiro, mas no fim das contas, eles pouco funcionam. O Forum Konservasi Leuser (FKL), fundado em 2013, segue outro caminho ao combinar a estreita cooperação entre pessoas afetadas, organizações não-governamentais, autoridades e programas com acompanhamento científico pela proteção de rinocerontes e elefantes.
Nesse meio-tempo, já existem 39 equipes, cada uma, respectivamente, com 5 guarda-parques, os quais são apoiados e financiados por diferentes ambientalistas. Dois desses times vem patrulhando, já desde 2018, a pedido de “Salve a Floresta”, a parte ocidental do KEL, onde os pântanos do Tripa, pouco a pouco, vão dando lugar a paisagem montanhosa do Gayo. Esta é uma área especialmente sensível, a qual, antes, não tinha sido vigiada.
Com sucesso! Foi possível frear a destruição das florestas e a caça ilegal. Durante a pandemia da COVID, a destruição aumentou de novo, mas levemente.
Além de apoiar as duas mencionadas equipes, “Salve a Floresta” dá suporte para o ecossistema de Leuser relativamente ao reflorestamento de áreas ilegalmente ocupadas pela monocultura do óleo de palma, à proteção dos pântanos de Singkil, aos direitos da floresta no âmbito de uma comunidade de aldeias na área de Gayo e o reflorestamento do manguezal na costa nórdica.
Área de doação “Animais”
Se quer apoiar a extraordinária região coabitada por tigres, orangotangos, elefantes e rinocerontes , utilize, por favor, a área de doação "Animais".