Intensificação da violência contra o povo Massai
10 de jul. de 2022
Na Tanzânia, numerosos Massai foram feridos por forças de segurança. Os indígenas oferecem resistência contra a sua expulsão em prol do turismo de caça.
Os Massai se levantaram contra o fato das terras tradicionalmente por eles ocupada ter sido declarada área de reserva para caça (Game Reserve). Com isso, eles estariam proibidos de viver na área de 1500 km² e de deixar os seus rebanhos lá pastarem. Eles perderiam seu meio de subsistência.
O que está por trás disso, contudo, não é a proteção à natureza, mas sim o objetivo do Governo da Tanzânia de reservar grandes áreas para o turismo de safári e de caça. A idéia é que os Massai - que vivem nessas terras já há muitas gerações - desapareçam. Para isso, costuma ser alegado que o deslocamento seria necessário para a proteção da natureza. O fundamento disso é a idéia da “Fortress conservation”, segundo a qual as áreas de proteção não devem ser habitadas por gente, de modo que a violação dos direitos da população local seria legítima.
No dia 8 de junho, 700 policiais com dezenas de viaturas foram em comboio para a região Loliondo, no norte do país; dois dias depois, eles dispararam nos Massai. Nesse excesso de violência, segundo os relatos da organização de defesa de direitos humanos Survival International, uma pessoa foi morta, 18 homens e 13 mulheres foram alvo de disparos, e outros 13 foram feridos com facões. Segundo a revista online Mongabay também um policial teria morrido.
Conforme relatos, a polícia teria feito buscas nas aldeias à procura de pessoas que tenham participado dos dos protestos ou divulgado fotos da violência nas redes sociais. Em um município, cerca de 300 homens, mulheres e crianças teriam fugido; 700 teriam procurado proteção no Quênia. Diversos líderes Massai teriam sido presos. Também o Instituto Oakland reportou sobre a onda de violência.
Não é só em Loliondo que os Massai são vítimas de violações de direitos humanos. Em Ngorongoro Conservation Area, consta que 80.000 pessoas teriam perdido sua terra natal. A justificativa oficial para isso é a crítica da UNESCO ao suposto mau estado de conservação da área que é Patrimônio da Humanidade. A Unesco contesta que já tenha incentivado deslocamentos.
Para apoiar os Massi, nós demos início a uma petição. Aqui, pode assiná-la.