Indonésia chantageando a UE: Aviões devem abastecer com óleo de palma
29 de ago. de 2018
A Indonésia está querendo chantagear a UE e os EUA? Só compraremos vossos aviões se vocês abastecerem com óleo de palma, assim se poderia resumir a exigência deles.
O Ministro do Comércio da Indonésia, Enggartiasto Lukita, está exigindo que os EUA e a UE autorizem a produção de gasolina de aviação a partir do óleo de palma, conforme relata a agência de notícias Reuters. Esta seria uma condição para a compra dos aviões produzidos pela Boeing ou Airbus.
De acordo com a imprensa indonésia, arremata quem satisfizer essa condição. A Boeing estaria disposta a produzir aviões de forma a possibilitar o uso do combustível Bioavtur.
O Ministro do Comércio, Lukita, está, aparentemente, tentando estimular a venda de óleo de palma. Em julho, a UE decidiu extinguir, até o ano de 2030, a o dever de adição de óleo de palma à gasolina. Ambientalistas estão reivindicando, já de há muito, o banimento do óleo de palma.
“O óleo de palma é uma das causas da destruição da floresta tropical. Milhões de pequenos lavradores são expulsos de suas terras”, diz Reinhard Behrend, da Associação Salve a Floresta. O tempo de manutenção até 2030 seria longo demais, porque até lá, vão continuar a desmatar.
A companhia aérea estatal Garuda, aparentemente, suspendeu a encomenda de um Boeing de um Airbus, supostamente em razão do preço. A companhia aérea privada Lion Air aposta na gasolina de aviação feita a partir do óleo de palma e já encomendou 50 Boeing 737 pelo valor de 6,2 milhões de dólares.
O alcance do desespero indonésio na luta pelo mercado consumidor da UE é mostrado por uma anedota deste primeiro semestre de 2018: a Indonésia ameaçou a boicotar os peixes da Noruega, caso a UE importe menos óleo de palma – só que a Noruega sequer é membro do EU.
Nem os fabricantes dos aviões, nem as duas companhias aéreas comentaram a notícia da Reuters.