O perigo da engenharia genética
16 de mai. de 2013
Nas terras agrícolas do mundo crescem cada vez mais culturas geneticamente modificadas. Elas foram feitas imunes contra o herbicida glifosato, que deve matar a erva daninha nas monoculturas. Mas há muito tempo, estas ervas já estão resistentes ao veneno – e o cocktail químico está sendo intensificado.
Cientistas e defensores da assim chamada engenharia genética “verde” fazem grandes promessas na luta contra a fome mas, na verdade, eles estão contaminando as terras aráveis do globo. Isto já está conhecido desde há muito e foi novamente confirmado por um estudo dos investigadores do mercado norte-americanos Stratus Agri-Marketing. Segundo o estudo, cada vez mais ervas desenvolvem resistências contra o herbicida glifosato que, na realidade, deve exterminar as ervas daninhas nas monoculturas de milho, soja, algodão e cana-de-açúcar. As culturas próprias foram modificadas geneticamente para que sobrevivam o espalhamento das herbicidas sobre os campos sem serem prejudicadas.
Mas agora as ervas daninhas também conseguem isto. Para matá-las efetivamente, a indústria genética vende constantemente novas misturas de herbicidas ainda mais venenosas. A conseqüência inevitável: cada vez mais ervas daninhas desenvolvem resistências múltiplas. Isto significa que outras substâncias também não podem prejudicá-las.
Durante décadas a indústria genética tinha afirmado que, com suas sementes, se precisava menos herbicidas. Mas agora é exatamente o contrário: o uso de venenos aumenta – e quem ganha é a própria indústria de engenharia genética.
Acima de tudo encontra-se o grupo de empresas dos EUA Monsanto que atua a nível global e lidera o mercado dos OGM (Organismos Geneticamente Modificados). Para Monsanto, a venda das sementes patenteadas e a adequada química agrícola é um negócio extremamente lucrativo. O herbicida total “Roundup” é o herbicida mais vendida do mundo – e o glifosato é um elemento importante.
Se esta evolução fatal não é parada imediatamente, já logo muitas terras agrícolas terão que ser renunciadas e cedidas completamente às ervas incontroláveis. Nos Estados Unidos elas já se estendem em 612 mil hectares. Em 2011, 34 por cento dos 3 mil agricultores interrogados nos EUA afirmaram que no seu terreno crescem plantas resistentes ao glifosato. Um ano depois, quase a metade dos produtores (49 por cento) declararam isso.
“Nós pedimos aos agricultores que relatassem sobre as suas experiências com a resistência ao glifosato no seu terreno e podemos ver que o problema se está intensificando”, diz o vice-presidente da Stratus Agri-Marketing Kent Fraser.
No mundo inteiro, plantas geneticamente modificadas já crescem em 160 milhões de hectares – sobretudo nos EUA, mas também no Brasil, na Argentina, na Índia, no Canadá e na China. E deste modo, também aumenta nos campos o número e a variedade de ervas daninhas com resistências. Conforme o estudo norte-americano a avoadinha é a espécie resistente mais generalizada, seguida da família Amaranthaceae. Para os cientistas isto não é uma surpresa. Eles advertiram contra este problema desde o início. Agora a política finalmente tem que reagir e impedir o cultivo nocivo das plantas geneticamente modificadas.