Sem trégua: Pela vida e pelo território, COVID-19 e resistência à pandemia da mineração

Protesto contra mineração no Equador, na frente do Ministério do Meio-Ambiente Durante a pandemia, atividades avançadas de exploração por companhias canadenses ameaçou o território indígena Shuar Arutam na Amazônia equatoriana. (© PSHA)

31 de mai. de 2022

Um novo relatório produzido pela Coalizão contra a Pandemia da Mineração - América Latina desmascara o ilimitado avanço da mineração durante a pandemia. Por essa razão, as comunidades e povos latino-americanos não podem baixar a guarda mesmo tendo de tomar medidas para proteger a si próprios contra a COVID-19.

O Relatório "Sem Trégua: Pela Vida e pelo Território, COVID-19 e a resistência à pandemia da mineração", é baseado em estudos de casos de nove países latino-americanos, a saber - México, Honduras, Panamá, Colômbia,Equador,Peru, Brasil, Chile e Argentina. O estudo examina como governos e companhias mineradoras tiraram proveito da duração da pandemia da COVID-19 ao colocar, numa posição agressiva, a expansão da mineração como algo “essencial” para o restabelecimento da economia e para a transição energética. Ao mesmo tempo, o estudo documenta as respostas e a resiliência dos povos afetados sob condições ainda mais adversas que as condições existentes anteriormente à pandemia, ressaltando que a assistência mútua, a organização comunitária, terra, água e alimentação saudável é que são verdadeiramente essenciais.

A pesquisa mostra que o setor minerador, especialmente o de metais, tem passado por um boom econômico, enquanto comunidades e pessoas estão ainda sofrendo as conseqüências das crises múltiplas interrelacionadas: a crise sócio-econômica, da saúde, do meio ambiente e da violência. O alto preço dos minérios, as ameaças de interrupção das cadeias de suprimento por conta da demanda de matérias-primas, a transição energética - tudo isso somado às políticas extrativistas e uma lógica colonialista do ponto de vista da “metrópole”, a qual busca capitalizar quaisquer circunstâncias possíveis para promover interesses estrangeiros - tem servido como impulso propulsor para maiores especulações e para a expansão do setor nesse período. Esses processos, como um todo, aprofundaram a repressão, violência e controle social dos governos e companhias sobre as populações. 

Apesar das numerosas ameaças, o relatório conclui com a observação da significativa resistência ao modelo minerador que tem persistido, não obstante o contexto de violência e o desastre ecológico e climático. Para as comunidades e pessoas que atuam na linha de frente contra a atividade mineradora, as experiências por eles vividas nos últimos dois anos reforçaram a importância de continuar a defender seus territórios, água e ar limpos, bem como as condições de manutenção de suas vidas. Em suma, não é possível “ficar em casa”, quando simplesmente tudo está sob risco.

A Coalizão contra a Pandemia da Mineração é um grupo de organizações de justiça ambiental, redes e iniciativas da América do Norte, Europa, Ásia-Pacífico, África e América Latina que trabalha  com comunidades, povos indígenas e trabalhadores, com base na solidariedade global, para responder aos abusos da mineração relacionados à pandemia da COVID-19.

Este Relatório é produto de uma colaboração global de pesquisa, a qual inclui estudos de casos desenvolvidos em parceria com comunidades e organizações de base em 23 países. No início de junho, a Coalizão vai publicar relatórios baseados em análises paralelas relativa à Ásia, África, Europa e América do Norte.

“Salve a Floresta” vem participando da Coalizão desde fevereiro de 2021, dando suporte ao grupo regional latino-americano e participando do trabalho de pesquisa.

LINKS PARA BAIXAR O RELATÓRIO:

INGLÊS https://bit.ly/3NuXhL1

ESPANHOL: https://bit.ly/38b6aKX

Informações adicionais:

Ver casos, citações e dados relevantes do relatório

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